Nos últimos anos, foi promovida uma campanha nacional de vacinação voltada principalmente para adultos jovens, homens e mulheres de 20 a 39 anos. Essa iniciativa gerou dúvidas e até estranheza em algumas pessoas, que se questionaram: por que vacinar quem já foi imunizado anteriormente ou já teve a doença no passado?

Sarampo e Rubéola são doenças distintas, causadas por vírus diferentes, mas que podem se manifestar com febre, dores articulares, sintomas de catarro, tosse e o surgimento de um exantema (vermelhidão na pele). O curso dessas doenças costuma durar entre 7 a 10 dias.

No passado, especialmente até a década de 1970, essas doenças eram altamente comuns na infância. O Sarampo, em particular, podia apresentar uma gravidade severa, chegando a causar complicações graves. Com a introdução da vacina contra o Sarampo, aplicada rotineiramente em crianças a partir de 1 ano de idade, a incidência da doença diminuiu consideravelmente, tornando-se hoje rara entre as crianças.

Na década de 1990, especificamente em 1992, foi introduzida uma vacina que ampliou a proteção contra Rubéola e Caxumba, chamada Vacina Tríplice Viral, que passou a substituir a vacina que antes protegia somente contra o Sarampo. Essa vacina também é recomendada a partir de 1 ano de idade.

Enquanto nas crianças a Rubéola costuma ser de evolução branda, sua gravidade é muito maior em adultos, especialmente em mulheres grávidas, principalmente no primeiro trimestre. Nesse período, a infecção pode afetar o desenvolvimento do bebê, causando malformações sérias.

Muitos jovens e adultos ainda não receberam essa vacinação, ou tiveram contato com essas doenças antes de estarem imunizados, tornando-se suscetíveis a infecções e a surtos. De fato, nos últimos 10 anos, têm ocorrido surtos de Sarampo e Rubéola, principalmente entre adultos que não estavam protegidos.

Inicialmente, a campanha de vacinação para adultos focou apenas nas mulheres, visando proteger a gestação e evitar malformações congênitas. No entanto, essa estratégia não foi suficiente para controlar os surtos, o que levou à ampliação da vacinação também para os homens, buscando uma imunização mais ampla da população.

A faixa etária de vacinação protege principalmente as pessoas em idade fértil, reduzindo o risco de transmissão e de nascimento de bebês com malformações devido à Rubéola. É importante destacar que, devido ao grande fluxo internacional e às viagens, essas doenças continuam a existir e a se espalhar pelo mundo, o que reforça a necessidade de imunização.

Embora seja impossível erradicar completamente essas doenças, nossa responsabilidade social e individual é garantir que estamos protegidos por meio do cumprimento dos planos de vacinação. Manter a imunização atualizada é uma medida eficiente de prevenir doenças que, muitas vezes, podem ser evitadas.

Procure seu médico ou profissional de saúde para verificar a necessidade de atualização de sua vacina. A prevenção é o melhor caminho para proteger você, sua família e a sociedade como um todo.

Dr. Alberto Dabori é pediatra e diretor médico do Prevent – Centro de Vacinação Preventiva