A gestação é um período único, de grande importância, que exige cuidados especiais.
Nesse momento, a atenção do médico deve ser redobrada não só na prescrição de medicamentos, mas também na avaliação e na administração de vacinas, sempre considerando o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.
Vacinas na gestação: uma estratégia de prevenção que salva vidas
As vacinas administradas à gestante têm mostrado grande eficácia na prevenção de doenças, além de favorecer a imunização do bebê ainda no útero. Com um programa de imunização bem planejado, é possível reduzir riscos e proteger toda a família, antes mesmo do nascimento.
Vacina anti-tétano na gestante
A vacina contra o tétano é uma das mais importantes nessa fase. Para evitar o tétano do cordão umbilical (forma grave que pode afetar o recém-nascido), recomenda-se a aplicação de três doses, com intervalos de 30 dias, a partir do quinto mês de gestação.
Se a gestante já havia sido vacinada anteriormente e mantém os reforços em dia, basta uma dose de reforço ao sétimo mês. A imunidade dura aproximadamente 10 anos, protegendo mãe e bebê de uma doença potencialmente fatal.
A evolução da imunização na gestação
Recentemente, a primeira dose da vacina pode ser substituída pela vacina tríplice acelular adulta, que além do tétano, também previne difteria e coqueluche — uma doença altamente contagiosa e que tem impacto grave especialmente em recém-nascidos.
Outras vacinas recomendadas e contraindicações
A depender do período gestacional e de possíveis riscos, outras vacinas podem ser indicadas, como as contra a gripe (influenza), meningite meningocócica, hepatites A e B, sempre sob orientação médica.
Por outro lado, vacinas de vírus vivos, como varicela (catapora), sarampo, rubéola e caxumba (tríplice viral), além da febre amarela e HPV, NÃO são indicadas para gestantes devido ao risco potencial ao bebê.
A importância de imunizar adolescentes e evitar gestações não planejadas
No Brasil, muitos adolescentes engravidam de forma não planejada, o que aumenta o risco de complicações, especialmente se a gestante não estiver vacinada contra doenças como rubéola, que pode causar malformações fetais graves. Assim, a vacinação contra a rubéola deve fazer parte do calendário de todas as adolescentes não grávidas, promovendo uma gestação mais segura e saudável.
Educação e cuidados antes, durante e após a gestação
Implementar um programa de vacinação amplo e bem conduzido é uma questão de educação, conscientização e responsabilidade social. Os cuidados com a saúde da gestante e do bebê começam antes mesmo do nascimento.
Por isso, informe-se, programe-se, e priorize a imunização como uma medida de prevenção que salva vidas. Prevenir é um ato de amor e cuidado de toda a família!
Dr. Alberto Dabori é pediatra e diretor médico do Prevent – Centro de Vacinação Preventiva