O Papiloma Vírus Humano (HPV) é uma família de vírus composta por cerca de uma centena de diferentes subtipos, alguns dos quais podem causar doenças na pele e nas mucosas. Na maioria dos casos, essas infecções podem regredir de forma natural ou com tratamentos simples.

A transmissão do HPV ocorre principalmente pelo contato direto com as lesões de indivíduos infectados, sendo comum nas relações sexuais, tanto em homens quanto em mulheres. Após a infecção, o vírus pode permanecer no organismo de forma latente, sem apresentar sintomas evidentes, podendo se manifestar posteriormente em situações de estresse ou redução da resistência imunológica.

Dentre os diversos subtipos do HPV, destacam-se quatro pelos seguintes motivos:

Condiloma ou Verruga Genital: Causados pelos subtipos 6 e 11, esses podem ser facilmente transmitidos e apresentam dificuldades no tratamento, afetando ambos os sexos.

Câncer de Colo do Útero (Câncer Cervical): Associados aos subtipos 16 e 18, representam a segunda neoplasia maligna mais frequente entre as mulheres brasileiras, perdendo apenas para o câncer de mama. No estágio inicial, as lesões podem ser tratadas com sucesso em cerca de 80 a 95% dos casos, prevenindo futuras complicações. Embora nem todas as lesões evoluam para câncer, estudos mostram que 99% dos casos de câncer de colo uterino possuem ligação com a infecção pelo HPV, reforçando a prevenção pela vacinação e pelo acompanhamento médico regular.

A realização de exames preventivos clínicos e laboratoriais periódicos para o diagnóstico precoce de possíveis lesões genitais é fundamental para detectar precocemente qualquer lesão suspeita e garantir um tratamento eficaz. No entanto, recentemente a vacina contra o HPV se consolidou como o método mais eficaz para prevenir essas infecções e suas consequências, complementando a rotina de acompanhamento médico.

A vacina licenciada pela ANVISA, de caráter tetravalente, contém partículas da cápsula viral que protegem contra os subtipos 6, 11, 16 e 18 — os mais prevalentes. Segurança, eficácia e efeitos colaterais leves (como febre baixa e dor local) caracterizam essa imunização, que deve ser administrada em três doses ao longo de seis meses.

Por enquanto, a recomendação é vacinar mulheres de 9 a 26 anos, período em que a imunização é mais eficaz, semelhante à estratégia da vacina contra hepatite B, que visa imunizar antes do início da atividade sexual. Para idades superiores, a recomendação é uma avaliação individualizada pelo médico ginecologista.

Vale lembrar que em todo o mundo, a vacinação precoce tem se mostrado eficiente recurso na prevenção de moléstias infecciosas, e neste caso em particular, um importante marco na prevenção do Câncer do Colo Uterino.

Procure orientação médica e previna-se contra esta importante doença.

Dr. Alberto Dabori é pediatra e diretor médico do Prevent – Centro de Vacinação Preventiva